ENTREVISTA SOBRE ALERGIA ALIMENTAR

Olá pessoal!!!!

Fui convidada por uma revista super fofa, a SER MÃE pra responder algumas perguntinhas sobre ALERGIA ALIMENTAR.
Essa revista é destinada as mamães, e é super informativa, além de tirar dúvidas e dar várias dicas da gestação, até o 5 anos do seu bebê!
Confira as perguntas e respostas na íntegra!!!

Beijos!
Natália Colombo

REVISTA SER MÃE: O que é alergia alimentar? Quais são os principais alimentos que causam essas reações?
Alergia ou hipersensibilidade alimentar é uma manifestação do sistema imunológico que acontece em conseqüência das reações do organismo contra alimentos alergênicos (que possuem proteínas de difícil digestão). Essa reação alérgica é uma resposta anormal ou exagerada do sistema imune a um alimento, no caso a proteína ou molécula ligada a proteína alimentar, que é identificada como um “corpo estranho”.
Simplificando: o sistema imune reage a determinados alimentos, como se eles fossem potencialmente perigosos. Pra se defender desses invasores, as células do sistema imune produzem os anticorpos. Mas essa reação estimula outras células especializadas a liberar uma substância que chama histamina, e é essa que provoca os sintomas alérgicos.
Alguns fatores que contribuem para a alergia alimentar: desmame precoce, introdução precoce de alimentos alergênicos, freqüência e consumo dos alimentos, monotonia alimentar, deficiência de fibras nutrientes, hábito alimentar, medicamentos que interfiram com o funcionamento do trato gastrointestinal e com a biodisponibilidade de alimentos.
Os alimentos potencialmente mais “alergênicos” são o leite de vaca, amendoim, soja, trigo, ovo, frutas cítricas (laranja, limão), peixes e frutos do mar.

REVISTA SER MÃE: A alergia alimentar é genética? Como ela se desenvolve?
A mãe que tem alguma alergia, e que durante a gestação, ou na fase de amamentação continua consumindo grandes quantidades do alimento alergênico, pode passar essa informação (na forma de histamina) para o bebê, e ele terá mais chances de desenvolver a alergia, mesmo sem ele estar diretamente consumindo algum tipo de alérgeno.
Estudos tem mostrado que 50% dos pacientes com alergia alimentar possuem história familiar de alergia alimentar.

REVISTA SER MÃE: O excesso de cuidados dos pais, que evitam que as crianças entrem em contato com estímulos microbianos, desenvolvendo menos sua imunidade, pode auxiliar no aparecimento de reações alérgicas aos alimentos?

Sim, pois o contato com os estímulos microbianos são importantes para estimular o sistema imunológico da criança, portanto a criança que tiver o sistema imune deficiente terá uma chance maior de desenvolver alergia alimentar.

REVISTA SER MÃE: Quais são os sintomas da alergia alimentar?
Os sintomas da alergia alimentar são vários, e dependem muito do tipo de alimento que causa a alergia, do grau da alergia e do órgão de choque (que é aquele mais afetado em cada indivíduo).
Existem vários sintomas comuns, e que podem ser relacionados com outras doenças e/ou complicações. O que torna a alergia alimentar mais difícil de ser diagnosticada é que seus sintomas podem ser confundidos com diversas outras coisas.
Alguns dos sintomas mais comuns são: sintomas respiratórios como asma, sinusite, rinite, amidalite; genito-urinárias, como cistite de repetição, candidíase, gastrointestinais como má absorção de nutrientes, constipação, diarréia, má absorção de nutrientes, neurológicos: dores de cabeça, enxaqueca, fadigas inexplicáveis, ansiedade, auto-imune: artrite, lúpus, dermatológicos: acne, eczema, urticárias, endócrinos: hipoglicemia, obesidade, sistêmicos: retenção hídrica, olheiras, língua branca.

REVISTA SER MÃE: Existe uma idade em que as alergias alimentares começam a se manifestar ou podem aparecer em qualquer idade?
As alergias podem aparecer em qualquer idade. Nos bebês ela é mais fácil de ser diagnosticada e mais comum, pois o sistema imunológico da criança ainda não esta totalmente formado, então seu organismo não consegue “lidar”bem com certos alimentos, pois ela não consegue fazer a digestão adequada dessas proteínas. Alguns fatores como o desmame precoce, e a introdução precoce e constante de alimentos alergênicos, como por exemplo o leite de vaca pode fazer com a alergia seja desencadeada mais rapidamente.
O estresse crônico, assim como o excesso na ingestão de gorduras saturadas, carboidrato simples, proteínas de difícil digestão e álcool, e a deficiência de fibras, zinco, vitamina A, ácido fólico, vitamina B12, e ácido pantotênico são fatores que afetam diretamente a saúde do intestino, e como conseqüência o sistema imunológico, podendo ser uma das causas para o aparecimento das alergias alimentares.

REVISTA SER MÃE: Quais medidas devem ser tomadas após a afirmação de uma alergia alimentar?
O alimento alergênico deve ser totalmente excluído da dieta por um período que pode variar de 1 a 3 meses, ou até mais dependendo do caso. No caso da exclusão, o alimento é substituído por outros que possuam valores nutricionais semelhantes, para que não haja nenhum tipo de deficiência. A alimentação é modificada, e é introduzido todos os nutrientes necessários. Depois desse período, com a melhora da imunidade e da saúde intestinal, o alimento vai sendo reintroduzido, aos poucos, e os sintomas sendo analisados, para avaliar se já é a hora de introduzir o alimento novamente ou não.

REVISTA SER MÃE: Como tratar a alergia alimentar?
Não existem medicamentos para o tratamento da alergia alimentar, eles podem ajudar apenas no controle dos sintomas. Pelo fato da alergia alimentar se caracterizar pela má digestão protéica, permeabilidade intestinal aumentada, e uma deficiência no funcionamento adequado do sistema imunológico, é importante a exclusão total do alimento alergênico, e de qualquer alimento que possa contê-lo em sua composição, e através da alimentação, ou dependendo do caso até com uma suplementação, fornecer para o organismo todo substrato (vitaminas, minerais, fibras, aminoácidos) que o corpo precisa para modular essa permeabilidade, melhorar a saúde e a flora intestinal, e como conseqüência estimular o funcionamento do sistema imunológico. Com a exclusão do alimento alergênico, e a melhora da permeabilidade intestinal e a modulação do sistema imune, o alimento alergênico até poderá chegar a ser introduzido novamente (dependendo do caso), sempre em esquema de rotação, nunca em excesso, e sempre sobre avaliação.

REVISTA SER MÃE: Qual a diferença entre alergia e intolerância alimentar?
Na intolerância alimentar não existe o envolvimento do sistema imunológico, como na alergia. Ela é caracterizada pela deficiência do organismo em produzir alguma enzima para a digestão de algum alimento, ou pela não digestão de algum alimento, que pode atuar como agente agressor para esses indivíduos.

REVISTA SER MÃE: Quais as principais características da intolerância? Quais os sintomas?
A intolerância é caracterizada pela dificuldade na digestão de algum tipo de alimento, por exemplo por falta de alguma enzima, como é o caso da intolerância a lactose, ou da não digestão de algum alimento, que pode agredir a mucosa gástrica ou intestinal.
-Intolerância a lactose: pessoas que não conseguem digerir produtos lácteos (leite e seus derivados). Esta impossibilidade de digestão geralmente ocorre em pessoas que não produzem a enzima lactase ou produzem-na em quantidade insuficiente para realizar a digestão da lactose (açúcar do leite). A maioria das população têm uma perda progressiva da capacidade de absorção da lactose, que inicia-se após os primeiros anos de vida.
Os principais e mais comuns sintomas são: a diarréia (ou à vezes constipação), distensão abdominal, gases, náusea e sintomas de má digestão. A severidade dos sintomas dependerá da quantidade de lactose ingerida assim como da quantidade de lactose que seu organismo tolera.
Intolerância ao glúten ou doença celíaca: a ingestão do glúten causa danos ás pequenas vilosidades que revestem a parede do intestino delgado. Essa intolerância é considerada uma desordem auto-imune, que o organismo ataca a si mesmo na presença do glúten. Os sintomas podem surgir em qualquer idade, após o glúten ter sido introduzido na dieta.
Os principais e mais comuns sintomas são: diarréia crônica ou prisão de ventre, inchaço e flatulência, irritabilidade, e pouco ganho de peso.